Filme de professora do campus trata de cultura indígena
A protagonista é indígena, mas não vive na aldeia. Ela e sua família moram na cidade, mais precisamente em Grajaú, município localizado no interior do Maranhão. Sob esse ponto, a animação “As raízes de Teçá”, escrito e dirigido por Aretusa Everton, professora do IFMA, foge do senso comum de tratar as crianças e jovens indígenas como meninos que vivem aventuras e diversões na floresta. Em vez disso, o curta mostra uma garota de 15 anos que leva uma rotina urbana e reconhece sua identidade pelos traços físicos, no sobrenome conservado, nas manifestações e festas das quais participa na companhia de seus parentes que ainda moram na aldeia. Todo esse legado é preservado na memória repassada de geração em geração na sua família, que pertence ao povo Tenetehara-Guajajara.
O filme é direcionado a estudantes do ensino médio, fundamental e a toda comunidade. É Teçá quem apresenta na animação a rotina de sua família, o passado e costume de seu povo. Seu nome significa “olhos atentos”. Para a roteirista, diretora e professora, o fato de a produção contar a história de uma menina indígena do sul do Maranhão que vive na zona urbana cria empatia entre o expectador e a personagem. Graças a essa e outras características, a animação tem se mostrado uma preciosa ferramenta didática, capaz de promover uma experiência cultural importante em sala de aula, que busca ampliar a percepção dos alunos sobre a cultura e história dos povos indígenas. “A animação foi pensada para apresentar ao público os indígenas em outros lugares sociais que fogem de estereótipos ainda presentes no imaginário, ao mesmo tempo que busca representar a História dos Tenetehara-Guajajara na região centro sul do Maranhão”, explicou Aretusa Everton.
A animação surgiu como produto educacional e projeto de extensão fruto de dissertação da professora Aretusa Everton, do IFMA Campus Grajaú, apresentada ao mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). O estudo acadêmico “Indígenas no Sertão de Águas da Capitania do Maranhão: “dezinfestação” na Ribeira do Alto Mearim” trata da historicidade dos indígenas da localidade especificada, no período que vai do final do século XVIII ao início do século XIX.
O curta de animação está sendo apresentado a alunos do IFMA e a estudantes da rede municipal de ensino de Grajaú. As exibições, iniciadas no ano passado, têm respeitado o limite máximo de pessoas permitido para esse tipo de evento e as outras medidas estabelecidas por protocolos sanitários de prevenção de contágio da Covid-19. Logo após, a diretora do filme e convidados apresentam uma palestra para analisar o conteúdo da animação.
Assista ao curta “As raízes de Teçá”:
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